Da vida, um dia, deixar de admirar
De não ver, apenas olhar
De que os olhos olhem sem brilhar
E com as pessoas que gosto, não mais me importar...
Tenho medo!
Da poesia não conseguir mais rimar
Do meu canto não mais entoar
De ter que me resignar a calar
E os sentimentos nem ter mais pra ocultar...
Tenho medo!
Da esperança, desencontrar
De andar cabisbaixo a vacilar
De me deixar manobrar
E não ser dono nem do meu caminhar...
Tenho medo ( e como tenho medo!)
De sentir o sol a esfriar
De parar de viajar
De olhar o céu e o mar
E não sonhar!
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